domingo, 21 de outubro de 2018

A ineficácia do "velho marketing" refletido nas campanhas eleitorais 2018.


As eleições de 2018 vêm acumulando ingredientes que a tem tornado peculiar em todo o regime democrático brasileiro. Precedida pela enxurrada de noticiários sobre investigação  de corrupção e condenação de grandes figuras políticas envolvidas em atos ilícitos que vieram a tona graças as investigações da lava-jato.
A população demonstra que vêm acumulando informação e conhecimento necessários o suficiente para não ser persuadida pelo marketing eleitoral temporário que precede o pleito.
A operação lava-jato e seus desdobramentos, além de um instrumento de investigação jurídico, exerceu um um papel informativo sem precedentes. Somado a isso, a profusão da comunicação por mídias e redes sociais nesses últimos anos vem fazendo frente ao poder antes quase absoluto dos grandes meios de comunicação de massa representado pelos meios televisivo, jornalístico e radiofônico. Isto pode ser nitidamente visto em candidatos que, apesar do grande capital investido em suas campanhas de marketing publicitário, não obtiveram um resultado eficiente. 
No caso presidencial, a campanha de Geraldo Alckmin que mesmo com o tempo de propaganda em bloco de 5min e 32 seg  contra 2'23" e 0'08" dos candidatos do PT e PSL respectivamente, não superou os 9% nas pesquisas e ficou abaixo dos 5% nas apurações. A diferença é considerável também nos trechos de 30 segundos que foram ao ar ao longo do 1° turno  que foram 434 (PSDB), 189 (PT) e 11 (PSL). Outros casos foram experimentados pelos candidatos de tradição política Marco Antônio Cabral, Danielle Cunha e Leonardo Picciani que apesar de investimento milionário não foram eleitos. Contrapondo-se, em questão de resultados, os meios de comunicação digital tem apresentado resultados surpreendentes. Mensagem de redes sociais como Whatsapp, Facebook; canais cômicos no You tube, memes e vídeo montagens, enfim, mensagens virais que exploram o humor e engagement, podendo parte ser espontâneas e imparciais.
Esse “novo momento” a que os especialistas em mídia se referem atende pelos nomes de internet, redes sociais, Facebook, WhatsApp e seus derivados. Entre os estudiosos do assunto, tornou-se praticamente um consenso de que a comunicação digital, nas eleições deste ano, deixou de ser “mais uma ferramenta” para se tornar, efetivamente, um divisor de águas da propaganda eleitoral.
“O pano de fundo dessa nova realidade é que o modelo da propaganda eleitoral na TV está cada vez mais desgastado. As experiências internacionais mostram que 76% das pessoas não acreditam no que é divulgado em campanhas pelo modelos convencionais”, afirma João Matta. “As redes sociais, por outro lado, personalizaram a propaganda. 
Para João Matta, da FGV, o resultado está relacionado à passividade da propaganda eleitoral televisiva. “Perdem as campanhas que conseguiram mudar essa posição de indiferença do eleitor. As pessoas estão se manifestando, participando, estão no espaço onde as mobilizações são possíveis.“ (André Borges - O Estado de São Paulo).

No mesmo sentido do Marketing de Relacionamento, de um modo geral, podemos esperar que as próximas campanhas eleitorais adotem em maior volume essa estratégia. Além de públicos-alvo mais bem informados, as retratações através de campanhas eleitorais às vésperas das eleições demonstram-se totalmente ineficazes, por maior que seja o valor investido. Os consumidores estão mudando, as organizações tem procurado acompanhar essa dinâmica. As campanhas eleitorais não serão diferentes, podemos esperar uma relação mais próxima do eleitorado e mais constante.

Referências

https://www.google.com.br/amp/s/politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,propaganda-eleitoral-da-tv-e-primeira-derrota-das-eleicoes-dizem-analistas,70002509556.amp

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